quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Narcose

Eu vivo com os olhos fechados. Aonde consigo encontrar o mundo que me foi apresentado nos tributos da vida real. Sempre me excitava a idéia de estar no topo da montanha com o suor pingando da testa, próxima de todos os elementos que me criaram. Com os olhos fechados a música ecoa do meu coração até meus ouvidos, de dentro pra fora me tornando alguém de verdade, me fazendo existir em cada fio de cabelo.
Mas hoje com lágrimas nos olhos eu caio na tentação de ser fraca, de deixar as lágrimas me dominarem toda vez que eu lembro da sua expressão naquela noite quente e feliz, com sua amante ao seu lado querendo te proteger das minhas garras. Não há o que fazer se simplesmente eu me deixo levar, sê simplesmente eu não tenho mais forças pra lutar contra essa vontade de fechar os olhos e viver no meu mundo particular para sempre. Sem você. Sem eu. Sem o céu das manhãs de outono, cinza e perfeito.
O meu suspiro sozinha nessa cama me lembra os seus olhos que me causam dor quando refletem aos meus, o nada que eles transparecem ao me ver.Minhas lembranças da infância todas misturadas no ataúde que eu inventei ao meu redor, meu estado agora que deplorável escrevendo isso por me ver impotente diante da Vida, por querer permanecer com os olhos fechados tremendo e vivendo tudo o que eu fantasiei pra mim. Sentindo toda a liberdade que alguns tributos me proporcionaram, envolta de criaturas que me protegem com sua ruindade e ainda assim me fazem angelical aos demais olhos. Um sonho perfeito e infinito de minha alma, me iludindo e me salvando apenas.

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