quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Fada Mari


Nos meus melhores dias, meu pensamento estava envolto pela Fada Mari. Ela invadia meu pensamento, me dominava e eu a adorava. A idéia da presença dela encantava os meu olhos, que ficam vermelhos de emoção assim que ela chegava.
Até que aconteceu. A fada tentou me destruir pela primeira vez. Primeira e ultima. Jamais chegarei perto dela novamente, nunca mais. Peguei aversão dela, nojo, asco, repugnancia. Nao me entra na mente o perdão. Nao ficarei de boa com ela. Nossa relação nunca mais será a mesma.
Fada Mari, porque vc fez isso? Fada Mari, voce armou pra mim. Fada Mari, voce quase me meteu numa fria. Fada Mari, nao precisa mais voltar.
Eu estava lá, e mesmo assim eu nao me lembro muito bem. Eu sei que o sonho se transformou num horror. O sentimento de horror invadiu a tudo, o cenario ficou um lixo. Eu ainda me pergunto, Fada Mari, por quê? Por que voce quis tirar ele de mim, Fada Mari?
De um minuto para o outro eu senti que uma parte de mim havia ido embora. Parece besteira mas a muito tempo eu nao sentia medo. É dificil eu sentir medo. Mas nessa madrugada eu senti. A Fada Mari havia me traído. Na escuridão da noite ao perceber que tudo podia ter acabado, eu caí. Quando percebi que estava no chão, na rua vazia, e que os rostos estavam distantes eu sussurrei: Sopre, sopre e acabe com isso. Fechei meus olhos e fiquei ali. Nao pensava em nada, só queria estar ali, deitada, isolada, inexistente. Até que mãos vieram pra me acudir, ao abrir os olhos vi que quem eu queria que viesse me salvar nao estava ao redor. Pensei em expulsar a todos, falar pra me deixarem, mas aí é que eu me dei conta: a Fada Mari não podia vencer. Eu levantei, tremula e chorosa, e declarei guerra. Jamais iria voltar pra casa sem recuperar o que eu havia deixado naquele trago.
Quando amanheceu e o sol apareceu, a guerra havia acabado, eu havia vencido e não pude deixar de gritar: Morra! Jamais chegue perto de mim sua maldita! Vá embora Marijuana!