domingo, 7 de janeiro de 2018

O Vencedor Está Só


O quarto escuro, a cama vazia e a voz que canta, calma e pesada como um sussurro de uma antiga canção que parece me ninar no pranto solitário que tive hoje. Parece que faz muito tempo, como em uma outra vida, onde eu não era tanto mas parecia ter muito mais, agora parece que só sobrou o que resta da beleza. Aonde foi parar o brilho de uma que a pouco era o reflexo da noite eu não sei. Se esvaiu em fumaça de uma madrugada, solitária, olhando pela janela e quase sorrindo por lembrar de algo que um dia pareceu verdadeiro. O coração pesado sem entender se talvez a racionalidade tivesse sido o caminho errado a se escolher, afinal a estrada permanece vazia, sem ninguém ao redor para também se arrepender, a emoção agora não está compartilhada, se mantém em um coração cheio de segredos. Eu li uma vez que o vencedor está só, mas desse jeito vale a pena vencer se no fim o choro eh inevitável disfarçado de paz perpétua? O primeiro choro do ano foi ouvindo você cantar pra mim e entender completamente um choro de quem parece que vai desmoronar se for respirar. Dói relevar e não querer relevar, quando amanhece o dia e não tem ninguém na linha de chegada. Um abismo se forma no meu peito por lembrar daquela noite chuvosa, onde tudo que fazia sentido era apenas estar li, de punhos expostos, ouvindo sobre confiança. E talvez ser livre seja o troféu mais amargo que eu tenha ganhado