segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Assimétrica (Luz para transcender)

Meu coração, molhado, quente, exposto sem caixa torácica, sem barreira nem proteção, pulsando envolto em tuas mãos, enquanto o grito ecoava mudo quarto a dentro, o soluço que não saía enfim, mais um grito, mais um pedido de socorro que não chegou. Dentro de mim os escombros do que talvez eu ja não me sinta mais, do que eu ja não faço parte, do que não pertence mãos a mim, do lado de fora se formavam vários raios de sol tentando me fazer brilhar de novo, as nuvens, as árvores e a densidade no ar tentavam impedir meu corpo de evaporar de vez e desaparecer, talvez sem sucesso, talvez eu ja tivesse sumido das lembranças a um bom tempo e não tenha percebido ser um fantasma a perseguir uma vida que nunca foi sua. E se esse fantasma estivesse so a te assombrar e nao a te fazer lembrar? E se tudo que eu tentava agarrar só formava uma maldição a quem eu tentava acompanhar? E assim me percebo assimétrica, me tenho então como ímpar, como um universo perdido e só imaginado, como seria o certo de eu ser? Todos esses suspiros estão ao meu redor a tanto tempo que eu nem conheço mais o silencio, me perdi da minha paz, do meu juízo e do meu centro, meu auto reconhecimento de mim para comigo como a mim mesma. É preciso absorver para crescer, é preciso força para combater a tudo e de luz para transcender.