sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Finalmente Chorar

O gigante abismo que carrego dentro do meu peito e me faz sentir culpada, não fui perfeita, a vontade de desaparecer ao enxergar o próprio reflexo, coisas assim me giram em torno da minha cabeça quando me deito todas as noites. A vida toda imaginei que o pior choro que pudesse existir fosse o que a lágrima caísse quente e pudesse sentir centímetro por centímetro do rosto queimar, derreter, reduzir-te a nada, mas sob uma lua como essa, um dia tive a certeza de que a pior lágrima é a que cai fria, quando o gelo consome tudo por dentro e as lembranças forem muitas e não houver espaço o suficiente para o coração bater. Pude descobrir que a lágrima esfria de acordo com o tempo que a guardamos. Eu tenho pra mim, que não me permiti chorar no momento de chorar, que enganei a todos e a mim mesma, a dor não pode ser assumida.
Quando se assume ter dor, se assume um julgamento e este por sua vez não vem em palavras de consolo, ele vem nos olhos. Os olhos de quem não entende, de quem não cede, de alguém cuja alma já partira porem o corpo ficara ali, respirando e piscando, permanecendo uma casca seca e vazia por dentro. Os olhos julgadores chegam a pesar para quem precisa ser amado e quase sempre denotam aquela rispidez de quem se perpetua cheio de si.

Ao redor de mim nada tinha, nem ninguém, e me peguei confortável por um breve momento. O suspiro surgiu, quando o ar todo saiu entredentes, a consequência veio a existir, avassaladora, partindo o pouco que eu cultivava dentro de mim. O choro pôde vir sem se conter juntamente com o ar que me faltava durante todo esse tempo, pude ter a sensação de finalmente me permitir sentir, finalmente chorar, finalmente.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Imensidão castanha

Intenso. Esse era o clima. Mesmo com os olhos fechados, sem saber o que acontecia a sua volta, seu coração se desesperava, aflito, por saber que algo estava por vir. Quando abriu os olhos entrou na imensidão castanha a sua frente, tentou não reconhece-la mas as lembranças cercaram seus pensamentos, antes que ele a tocasse podia sentir a pele sensível de tanto ser forçada, esfregada por quem deseja, quem anseia pelo gozo. Rapidamente foi tomada por uma onda de tesão, dos lábios escaparam os gemidos de prazer de quem nao pode resistir, a quem só resta se entregar. Ja adentrara sua alma e explorava dentro de sua pele, onde o sangue vermelho e quente corria a deixando corada e satisfeita.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Noites Suadas

Dentro de um ciclo vicioso te entrego meu corpo a mais louca paixão. Nas noites frescas fico a contorcer-me na cama, lembrando dos teus olhos no meu corpo, o modo como seu sexo me fazia gemer naquele quarto, o seu peso sobre o meu, me fazendo delirar. Me obrigo a rejeitar-te assim como a meu próprio desejo, suada na madrugada. Devia vir para apenas observar meu gosto em satisfazer-me a mim mesma, só de pensar no mundo que descobri no fundo dos seus olhos, ali também abandonei minha alma para que carregasse a fragilidade em que me envolvo, te deixando subjulgar meu ser, diminuindo-o a uma mera figura do teu passado, uma figura a quem não se recorda da existência, nem nos momentos em que meus lábios te envolviam em prazer, que de hoje em diante se resumirao apenas em luto.